Na era digital é praticamente impossível manter as crianças longe da internet. Saiba quais são os riscos e quais as melhores formas de proteger e orientar nossos filhos.
As telas e as crianças
É com um pouco de dificuldade que os pais de hoje conseguem acompanhar a interação de seus filhos com o mundo digital.
A maioria dos novos pais já deve ter passado por isso: antes mesmo do bebê nascer, já prometia distância das telas, para garantir o seu melhor desenvolvimento e evitar a hiper estimulação provocada pela TV.
A ideia de viver sem televisão é encantadora: zero publicidade infantil, zero conteúdo violento e inapropriado, mais tempo em família, jogos e brincadeiras. Mas se a família possui uma em casa (normalmente ocupando um lugar de destaque na sala) e a utiliza regularmente, a remoção total da TV acaba ficando meio fora da realidade.
É fato que os pequenos imitam o comportamento dos adultos. Por isso, se você faz parte do grupo que checa o celular mais de 150 vezes por dia (uma média de 15 vezes por hora) e a sua ideia de lazer envolve maratonar séries, é mais provável que comece a pensar em estratégias para restringir o uso excessivo de telas.
Então, depois daquele dia de trabalho cansativo, em que você busca seu filho também cansado e irritado na escola, enfrenta algum trânsito até chegar em casa, é muito tentador colocar um desenho na TV ou no tablet para conseguir botar as coisas em ordem e preparar a janta.
Mesmo que não fosse sua intenção fazer uma tela de babá, depois de vários vídeos musicais grudentos, alguns personagens favoritos de desenhos animados (daqueles que você aproveita para tema das festinhas de aniversário) e de instalar joguinhos no celular para aqueles momentos de aperto na espera do consultório médico, fila de mercado ou engarrafamentos, as telas já farão parte da vida do seu filho.
A internet e as crianças
Quando você se der conta de que extrapolou há tempo o limite de uso diário recomendado pelos pediatras (algo em torno de 2 horas), seu filho começa a pedir o próprio celular para poder conversar com os amigos da escola pelo WhatsApp.
E você escuta a clássica frase: “Mas todos os meus amigos têm!”. Apesar de alguma hesitação, acaba cedendo.
Afinal, o celular é um meio de comunicação (e de localização) que pode ser muito útil nos momentos em que seu filho estiver fora de casa. “É pela sua segurança”, você se convence.
A essas alturas, seu filho já passa algumas horas assistindo vídeos no YouTube, está inscrito em canais de variedades e é fã de alguns YouTubers famosos. Pode ser que faça uso de jogos on-line, como Minecraft e Fortnite. E talvez participe de algumas redes sociais como Facebook, Instagram, Snapchat ou Tiktok.
É natural que seu filho que tenha uma notável familiaridade com aparelhos eletrônicos, conheça mais funcionalidades e aplicativos do que você e saiba fazer coisas que você nem saberia por onde começar, como memes, stories, vídeos, efeitos, montagens, edições e por aí vai.
A conectividade das crianças na Era digital
Nada fora do esperado para crianças nascidas na Era digital, que estão cada vez mais conectadas.
Segundo pesquisa divulgada no ano de 2017 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), intitulada “Situação Mundial da Infância 2017: Crianças e Adolescentes em um Mundo Digital”, 1 em cada 3 usuários de internet no mundo tem menos de 18 anos de idade (veja estudo completo aqui).
No Brasil, um estudo divulgado pela TIC KIDS Online Brasil (acesse o estudo aqui) revelou que, em 2018:
86% das crianças e adolescentes com idade entre 9 e 17 anos eram usuários da internet (o equivalente a 24,3 milhões de indivíduos conectados);
82% das crianças e adolescentes nessa faixa etária possuíam perfil em redes sociais (cerca de 20 milhões), sendo que 70% usavam WhatsApp e 66% o Facebook.
Os riscos da internet
Sabemos que a tecnologia digital possui enormes vantagens, dentre as quais a conveniência no seu uso, a eliminação de fronteiras, criação de oportunidades, inclusão social e a democratização da educação.
A internet pode ter um papel importantíssimo na educação de crianças e adolescentes, permitindo acesso a uma fonte inesgotável de conhecimento, por meio de textos, livros, cursos, aulas, sem limitações geográficas e a um custo acessível.
Mas também é preciso atentar para os seus riscos, aos quais, certamente, as crianças estão mais vulneráveis.
Dentre as maiores preocupações que atingem os pais de crianças e adolescentes, podemos citar a exposição a conteúdo e à interação social. A interação com outras pessoas, sejam estranhos ou conhecidos, pode resultar na exposição da privacidade e imagem. Outras preocupações dizem respeito aos dados pessoais que são coletados dos filhos e à segurança de aplicativos infantis.
Exposição a conteúdo
O conteúdo da TV (aberta, a cabo e em streaming, do tipo NetFlix) é classificado por faixa etária a depender se há cenas de violência, sexo, drogas e linguagem imprópria. Em canais abertos há, ainda, restrições de horários para a exibição de conteúdos adultos.
Isso torna o controle mais fácil porque é possível garantir que não vai surgir um conteúdo indesejável no meio de um filme infantil, por exemplo.
E no mais das vezes, basta orientar a criança a assistir conteúdos para a sua idade ou mesmo assistir um pouco para se certificar de que não há nada impróprio.
Na internet, tudo muda de figura.
O primeiro problema são os conteúdos sugeridos. A criança começa assistindo um vídeo cuidadosamente escolhido pelo responsável e começa a navegar nos vídeos que vão aparecendo como sugestão. Estes podem ter a mesma faixa etária do primeiro ou não.
O segundo problema é o conteúdo de sites de buscas, como o Google, ou mesmo a pesquisa em aplicativos, como no YouTube e Instagram. O resultado das buscas pode apresentar conteúdo prejudicial, desde pornografia até sites que estimulam anorexia, violência, autoagressão e suicídio.
O terceiro problema é que não é muito difícil instalar aplicativos ou acessar sites indicados para maiores. Tudo depende da idade que o usuário afirma ter. Lembrando que a maioria das redes sociais é contraindicada para menores de 13 anos. Tá lá escrito na política de privacidade.
E uma vez que a criança esteja participando de uma rede social com conta pública, é praticamente impossível controlar o que vai aparecer no seu feed.
Exposição à interação social
Além de fácil acesso a conteúdo impróprio (e, às vezes, acidental), grande parte dos aplicativos permite o compartilhamento de fotos, vídeos e a interação com outras pessoas.
Assim, é sempre bom lembrar que ao usar o Snapchat e o TikTok para fazer aquelas fotos e vídeos com diversos filtros, o Facebook e o Instagram para acompanhar páginas, amigos e personalidades, existe a possibilidade de conversar no bate-papo, no chat, no direct.
A interação social proporcionada pela internet reduz a privacidade e pode fazer do usuário uma vítima de crimes cibernéticos, como:
pequenas fraudes;
furto de senhas e dados pessoais;
ameaça;
crimes contra a honra;
racismo;
outras formas de preconceito;
aliciamento de crianças;
violência sexual.
Além disso, as crianças passam boa parte do seu tempo on-line e, muitas vezes, sem a necessária supervisão de um adulto responsável.
Então, quando a conexão à internet entra em cena, a preocupação, que antes era o tempo de exposição e a qualidade do conteúdo, passa a ser o risco da interação com pessoas e da exposição da privacidade.
Tais riscos podem ser assim divididos:
Ataques virtuais de pessoas desconhecidas
As crianças são especialmente vulneráveis a ataques virtuais por não possuírem a necessária experiência com interações sociais. Isso possibilita que sejam mais facilmente enganadas ou manipuladas.
Para uma criança já é difícil compreender o perigo de conversar com estranhos na vida real, pois para os pais é difícil explicar a total dimensão deste perigo. Os alertas costumam não ir muito além do: “Podem te levar embora”.
Por isso, é muito mais difícil compreender (e também explicar) o risco de conversar ou compartilhar uma foto com um adulto desconhecido.
Isso, considerando que a criança saiba com quem se comunica.
Conhecida como “terra de ninguém”, onde a possibilidade do anonimato facilita a prática de ilegalidades, a internet deve ser vista com cautela extra quando for utilizada por crianças e adolescentes.
Não é preciso ser nenhum hacker para que pessoas mal intencionadas, como pedófilos, utilizem usuários falsos, passando-se por crianças ou adolescentes. Isso permite que se infiltrem facilmente em ambientes destinados ao público infantil, como o YouTube Kids ou em jogos on-line, por exemplo.
A partir daí, não são incomuns os casos em que conversas virtuais levam a exposição da intimidade da criança, com o compartilhamento de imagens, uso indevido de informações privadas e até mesmo a encontros reais, potencializando o risco de crimes mais graves como os sexuais e tráfico de pessoas.
Ataques virtuais de pessoas do convívio da criança ou adolescente
Além de interações com estranhos, os ataques virtuais podem vir de pessoas do convívio da criança ou adolescente, como amigos e colegas de classe.
Uma exposição indesejada da privacidade pode ter início com uma simples brincadeira, como a criação de um meme ou de um vídeo engraçado. Caso esse conteúdo seja publicado, ele pode viralizar, momento em que a brincadeira sai do controle e toma dimensões não imaginadas.
Assim como, pode decorrer de uma ação destinada a expor e prejudicar a imagem de alguém.
Nesse caso, um único evento isolado, como a divulgação de uma foto íntima, pode ser suficiente para causar efeitos desastrosos na vida da vítima, afetando sua autoestima e seus relacionamentos com amigos e familiares.
Agora, se os ataques forem intencionais e repetitivos, podemos estar diante da prática conhecida como bullying, ou intimidação sistemática, descrito pela nossa legislação como:
[…] todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Lei 13.185/2015
O bullying é um problema recorrente nas escolas de todo o mundo, e quando se transporta para a internet, onde seus instrumentos são utilizados para “depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial.”, passa a ser denominado de cyberbullying.
Exposição da privacidade
A exposição da privacidade também pode decorrer de publicações ou compartilhamentos em redes sociais feitas pela própria criança ou adolescente, que revelem informações pessoais importantes. Preste atenção em fotos ou postagens que mostrem:
a fachada de casa ou da rua, a partir do que é possível identificar o endereço residencial;
o uniforme escolar no primeiro dia de aula, que revelam a escola frequentada;
uma viagem prevista, que revelam o período em que a família estará fora de casa;
lugares que frequenta, como restaurantes, shoppings, eventos, que revelam possíveis trajetos percorridos pela criança ou sua família;
bens que possui, como a recente aquisição de um caro smartphone, que pode ligar o alerta de potenciais criminosos.
Exposição da imagem
Também é importante prestar a atenção em publicações ou compartilhamentos que exponham a imagem de crianças ou adolescentes na web. Atente para fotos ou vídeos:
com roupas íntimas, crianças menores não vêem nenhum problema em aparecer de pijamas;
que exponham a pessoa nua (nudes) em redes sociais, comportamento comum entre adolescentes;
de pegadinhas ou situações engraçadas, que podem se tornar vexatórias no ambiente social ou viralizar (sendo compartilhado com um grande número de pessoas).
Não custa lembrar que o que parece apropriado ou engraçado no presente pode, rapidamente, se tornar motivo de embaraço.
E uma vez publicado na web, um conteúdo tende a se tornar eterno. A remoção é extremamente difícil, senão impossível a depender a proporção em que foi replicado (compartilhado e salvo por outras pessoas).
Esse cuidado vale também para as postagens dos pais:
aquele vídeo fofo do bebê aprendendo a usar o troninho pode ser um futuro motivo de chacota na escola;
o vídeo de um tombo espetacular ou de uma dancinha divertida na infância pode arruinar a frágil vida social de um adolescente;
o registro de uma bebedeira com a turma da faculdade nas redes sociais talvez venha a prejudicar o jovem adulto numa entrevista de emprego.
Então, não custa, ensinar nossos filhos, que vivem intensamente a era digital, a pensarem duas vezes antes de postar algo!
Coleta de dados de crianças e adolescentes sem consentimento dos pais
Um detalhe que costuma passar despercebido é a idade mínima para criação de contas em redes sociais.
Para que uma criança de 10 anos crie uma conta própria no Instagram ela precisa, basicamente, mentir a sua idade. Isso porque, ela não vai encontrar o seu ano de nascimento na hora de preencher os campos do formulário de inscrição e selecionará outro disponível.
Com isso, o Instagram vai presumir, porque assim ficou registrado, que ela tem pelo menos 13 anos. E, ainda, que ela concordou com a política de privacidade que, certamente, não foi lida.
Acontece que, quando se clica no “concordo” ao final do cadastro, passam a valer os termos, condições e a política de privacidade do aplicativo que, de uma forma mais ou menos invasiva, acessam e utilizam dados do usuário, para fins mais ou menos nebulosos.
Nos Estados Unidos, o Google recebeu uma multa milionária por violar leis americanas que proíbem a coleta de dados pessoais de crianças sem o consentimento dos pais. A companhia coletou informações pessoais de menores de 13 anos que acessavam canais no YouTube destinados ao público infantil usando cookies, que rastreiam o comportamento do usuário na internet (veja a notícia completa aqui).
No Brasil, mesmo adolescentes entre 13 e 18 anos incompletos são considerados menores de idade. Sendo que qualquer coleta ou tratamento de dados deve ser consentida pelos pais ou responsáveis.
No entanto, por aqui, o Google já foi notificado por suposta coleta de dados de menores usuários do YouTube, como localização, aparelho usado e número de telefone, para o envio de publicidade direcionada, sem essa autorização (acesse a notícia aqui).
O uso de aplicativos infantis é mesmo suficiente?
Na hora de escolher quais aplicativos instalar para seu filho (jogos, educativos, de vídeo ou música), aqueles indicados para o público infantil são uma boa forma de evitar que ele tenha contato com conteúdo inadequado para a sua faixa etária.
Porém, só por ser infantil, não há garantia total de segurança e muito menos libera o uso sem supervisão de um adulto.
Aplicativos como o YouTube Kids permitem que qualquer pessoa publique vídeos. O conteúdo é filtrado por uma combinação de algoritmo, feedback de usuários e análise humana.
Mas o próprio site avisa que “nenhum algoritmo é perfeito”, motivo pelo qual, permite aos pais a notificação de conteúdo inadequado que eventualmente encontrem.
Assim, munidos com título e imagem inicial aparentemente infantis, não raro seu filho se deparará com vídeos que você não gostaria que ele visse.
Agora, se o aplicativo possibilitar a interação com outras pessoas, como bate-papo e compartilhamento de mídia digital, é preciso redobrar a atenção.
Dicas de segurança na internet para crianças
Alguns pais podem olhar com receio (e, com razão) para o crescente interesse dos filhos menores por atividades on-line. Especialmente, quando se trata de publicação de vídeos.
Mas para crianças e adolescentes é uma maneira divertida de comunicação. A internet permite que expressem seus gostos, sua criatividade, que adquiram habilidades de criação e edição de vídeo e compartilhem tudo isso com seus amigos.
Por isso é importante estar ciente dos riscos para que seja possível balancear as preocupações com os benefícios que a internet pode fornecer.
Alguns sites, como o Safernet e o Internet Segura abordam o tema segurança na internet e ajudam a orientar crianças e adolescentes.
Confira abaixo algumas dicas que separamos!
Ferramentas de controle parental
Para crianças pequenas (de 0 a 6 anos), pode-se usar a conta de e-mail Google de um dos pais para baixar aplicativos e acessar conteúdo on-line. Isso vai permitir um maior controle de histórico de navegação da criança.
Para crianças maiores (entre 6 e 12 anos), que já conseguem navegar com certa autonomia, é possível criar uma conta Google para a criança. Nesse caso, recomenda-se o uso de ferramentas de segurança para bloquear o acesso a determinados sites ou conteúdos disponíveis na web. São elas:
Family link
O Google Family link (veja aqui como funciona) é um aplicativo gratuito (disponível para iOS e Android) que serve para gerenciar e supervisionar as atividades de pesquisa e de navegação na conta Google de seu filho. Ele permite aos pais controlar as compras na Play Store, adicionar filtros de pesquisa no buscador do Google e do YouTube Kids.
Além de configurar limite de tempo de uso do dispositivo e revisar as permissões de uso, privacidade e verificação da localização.
SafeSearch
O SafeSearch é um filtro de pesquisas do Google que pode ser ativado para que a busca não mostre resultados com conteúdo sexual explícito (acesse o passo a passo neste link)
Configuração de privacidade
Geralmente a configuração padrão dos aplicativos é de conta pública. Então é muito importante checar a configuração de privacidade de aplicativos, definindo a conta como privada.
Com isso, novos contatos, amigos ou seguidores devem ser aceitos pelo usuário e as suas publicações apenas ficarão visíveis para um grupo restrito de pessoas. O que torna o uso de mídias sociais mais seguro.
A depender do aplicativo, é possível utilizar as seguintes configurações:
Permitir, bloquear ou filtrar comentários: permitir comentários de apenas pessoas selecionadas, bloquear comentários em geral, de determinadas pessoas, filtrar palavras ou frases indesejadas ou mesmo ocultar comentários ofensivos;
Silenciar usuário: silenciar determinado usuário, para que aquilo que ele poste deixe de aparecer no feed ou restringir os seus comentários;
Denunciar postagens ou perfis: para relatar conteúdo inapropriado ou spam;
Tempo de tela: ao definir um tempo de tela limite, o aplicativo avisará ou bloqueará o uso quando o tempo for ultrapassado.
Como orientar crianças e adolescentes sobre cibersegurança
Para garantir a segurança na internet de crianças e adolescentes a melhor e mais importante ferramenta é a informação.
Evite proibir!
Qualquer tentativa de proibição ou de banir telas no mais das vezes não irá surtir efeito.
Até porque, não há como impedir que crianças e adolescentes acessem a internet em locais públicos, como na escola, ou utilizem aparelhos de amigos. Especialmente se os pais não fornecerem uma explicação razoável e compreensível que convença-os a limitar o acesso à internet ou o uso de aplicativos.
Além disso, a maioria das ferramentas de controle parental irá funcionar muito bem com crianças, mas não com adolescentes.
É que, se seu filho possui entre 13 e 18 anos, provavelmente vai se rebelar contra o monitoramento em tempo integral e reivindicar mais autonomia e privacidade.
Então, a melhor abordagem é orientar sobre o tempo de uso, benefícios e riscos envolvidos. Mediar eventuais conflitos com outros usuários e acompanhar a atividade on-line de perto.
E é preciso muita atenção. Quando se trata de crianças e adolescentes, é comum que relatem ameaças on-line primeiro a amigos e não a um adulto responsável. O que torna mais difícil protegê-los.
Quando o seu filho é o bully (valentão)
Por outro lado, se nossos filhos podem ser vítimas de ataques cibernéticos, não podemos deixar de considerar a hipótese de que venham a participar ou se envolver em ataques contra outras crianças.
Agindo ou não com a intenção de prejudicar, é muito difícil para uma criança ou adolescente avaliar os efeitos de uma exposição indesejada na internet.
E se a atuação do filho menor de idade resultar em prejuízos reais à imagem, privacidade, honra, à saúde mental da vítima ou caracterize ciberbullying, os pais poderão ser responsabilizados pelos danos. Este é mais um bom motivo para orientar e acompanhar a atividade on-line de nossos filhos.
Como iniciar uma conversa
Se seu filho for adolescente, uma boa conversa pode ajudar a esclarecer dúvidas que ele tenha e evitar problemas. Se você não sabe por onde começar, aí vão algumas ideias:
Pense sobre sua reputação on-line. Lembre que qualquer pessoa pode ver o que você posta na internet. É sempre bom pensar em quem poderá ver e como outras pessoas poderão interpretar suas postagens ou fotos.
Qualquer coisa que você criar ou comunicar pode ser cortada, alterada, compartilhada e tirada de contexto. E o que você posta fica para sempre na internet.
Não compartilhe mensagens agressivas ou fotos embaraçosas e não tente se passar por outra pessoa usando sua conta ou dispositivo, nem crie contas fake;
Não poste sua localização. Receber e compartilhar dicas de locais ou estabelecimentos pode ser legal, mas revelar seu trajeto não é seguro;
Cuide para não usar por muito tempo. Ficar horas e horas na internet pode reduzir o tempo para tarefas escolares e para a prática de outras atividades como esportes, música e leitura.
A grande vantagem de orientar nossos filhos sobre segurança digital é permitir que eles adquiram a habilidade de identificar atividades suspeitas de estranhos, possíveis golpes e de avaliar os riscos de seu próprio comportamento on-line. Além de fazer com que se sintam confortáveis para relatar aos pais qualquer problema ou ameaça com que se depararem.
Esse post foi útil?
Nos próximos posts iremos abordar os aplicativos mais populares entre as crianças e adolescentes, com dicas de segurança específicas de cada um deles!
Comente aí se você tem dúvidas ou já passou por alguma situação parecida na web!
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